Realizado a partir de entrevistas com quatro gerações de pescadores locais vizinhos ao Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, em Porto Seguro (BA), estudo que acaba de ser publicado na “Fisheries Management and Ecology” sinaliza inclusão de peixes de ambientes recifais nas avaliações de espécies ameaçadas de extinção. Ele foi desenvolvido pelos biólogos Mariana Bender, Sergio Floeter e Natalia Hanazaki, da Universidade Federal de Santa Catarina, e faz parte da rede de pesquisas do Projeto Coral Vivo, que é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, e pelo Arraial d’Ajuda Eco Parque. O lugar foi escolhido por ser uma das regiões mais ricas da costa brasileira em biodiversidade marinha.
Com o objetivo de ajustar os referenciais ambientais relativos aos impactos humanos nos ecossistemas marinhos, 53 pescadores foram perguntados sobre o maior peixe de cada espécie que já capturaram e o ano que isso ocorreu. Os da faixa etária com mais de 50 anos pescaram animais maiores comparados às gerações mais jovens. O badejo quadrado (Mycteroperca bonaci), por exemplo, há quarenta anos era pescado com 49 quilos, e atualmente com 17 quilos. “Alguns pescadores com menos de 31 anos não reconheceram espécies de peixes como o mero-gato e o cherne quando apresentados às fotos na entrevista”, relata a bióloga Mariana Bender.