GERALDO BENTO |
Em 1992 A Conferência Mundial do Meio Ambiente realizada no Rio de Janeiro deu seguimento às discussões iniciadas lá atrás em 1972, em Estocolmo, na Suécia, mas introduziu o conceito da sustentabilidade como o novo paradigma de relacionamento da economia, com o desenvolvimento social e com o meio ambiente. Desde então toda a sociedade humana vem lutando para construir esse paradigma.
Aqui em Mato Grosso, o setor de base florestal sofreu profundamente para conseguir trabalhá-lo, porque veio de uma construção empírica herdada do Sul do país e aqui no estado foi pioneira nas frentes de ocupação do médio norte e do norte amazônico a partir de 1970. Acumulou contradições, cometeu erros, mas construiu uma cultura econômica que representa hoje 2,6 milhões de hectares de floresta com manejo sustentável para o presente e para os próximos 30 anos.
Nesse período, a colheita das árvores é feita dentro de critérios rigorosamente técnicos que entre outras coisas garantem a conservação das espécies animais e vegetais, prolonga a vida útil das áreas exploradas, contribui para o equilíbrio do clima regional e do planeta, com reflexos sobre os ciclos da água e do gás carbônico.
Hoje existem critérios técnicos e legais absolutamente confiáveis para permitir que o manejo florestal garanta esses pressupostos. Os empresários que atuam no setor de base florestal em Mato Grosso estão filiados a oito sindicatos que, por sua vez, construíram uma entidade regional, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira-Cipem. Este, por sua vez, preside o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, que reúne todas as entidades brasileiras direta e indiretamente ligadas à base florestal.
Para a Rio+20, o Fórum levará, através da Confederação Nacional da Indústria-CNI, um fascículo contendo ampla avaliação e análise do setor de base florestal brasileiro, para ser apresentado dentro de um conjunto de outros fascículos encampados pela CNI. Para o setor de base florestal brasileiro, muito concentrado na região amazônica, essa economia representa uma população de 25 milhões de habitantes, ou 13% do Brasil.
O Cipem e o Fórum Nacional das Atividades Florestais estão empenhados na construção de uma nova ordem no setor de base florestal, tanto dentro da sustentabilidade, como nas inovações que virão da Rio+20. O propósito é o de manter a floresta de pé por séculos, em benefício, do clima, do meio ambiente, do aproveitamento racional dos seus recursos e em benefício dos que vivem dela. O setor de base florestal trabalha com vistas à sustentabilidade como norma do presente e do futuro.
Todos do setor florestal estamos conscientes de que o planeta precisa de cuidados nesta fase crítica, que a economia estadual e nacional precisa dos negócios da área, e que a sustentabilidade será a nova bíblia deste século 21, com todos os desdobramentos que houver. E mais, esse pensamento é unânime em todo o país e em todos os segmentos ligados à base florestal. O Cipem e o Fórum Nacional das Atividades Florestais estarão presentes na Rio+20 como protagonistas e interessados na preservação sustentabilidade e nos desdobramentos gerados pela conferência!
*GERALDO BENTO é presidente em exercício do Cipem e do Fórum Nacional das Atividades Florestais
do http://www.diariodecuiaba.com.br
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