sábado, 4 de julho de 2015

Drone reflorestador. As pequenas naves teleguiadas, os drones, são capazes de plantar 36 mil árvores por dia, 1 bilhão por ano.

Por Regina Scharf mora em Portland, Oregon, considerada uma das cidades mais sustentáveis dos Estados Unidos. Sua cobertura de temas ambientais, iniciada em meados dos anos 80, rendeu prêmios como o Reuters-IUCN (América Latina) e o Ethos. Regina também escreve para o blog Deep Brazil.

Fonte: Página 22
Lauren Fletcher, engenheiro egresso da agência espacial americana, a Nasa, desenvolveu um modelo interessante de reflorestamento em escala industrial com o uso de pequenas naves teleguiadas, os drones. Elas são capazes de plantar 36 mil árvores por dia, 1 bilhão por ano. Algumas precauções aumentam a possibilidade de que as sementes dispersas vinguem. O processo desenvolvido pela BioCarbon Engineering, empresa criada por Fletcher, envolve duas estapas principais para minimizar os riscos. Primeiro é feito um mapeamento detalhado em 3D do terreno a repovoar, o que permite desenhar um itinerário e definir os melhores pontos para a semeadura. As sementes são pré-germinadas e envolvidas em pequenas pelotas de gelatina nutriente (o vídeo ao lado, em inglês, detalha esse processo). O drone voa bem perto do solo, o que evita a dispersão. O projeto começou a ganhar atenção por ser finalista da competição internacional Drones for Good, promovido pelos Emirados Árabes para destacar projetos que utilizam drones de forma socioambientalmente benéfica. Fletcher e sua equipe, baseados em Oxford, na Inglaterra, estão na fase de testes dessa tecnologia.



 
O conceito não é propriamente novo para nós, brasileiros. Um projeto muito bem sucedido de semeadura aérea nas encostas da Serra do Mar próximas a Cubatão, em São Paulo, adotou estratégia semelhante, nos anos 80 e 90. A região vivia seu momento máximo de degradação ambiental associada à atividade de duas dezenas de indústrias químicas, petroquímicas e farmacêuticas. Na época, o  polo industrial de Cubatão era conhecido internacionalmente como Vale da Morte, pela contaminação do solo e a concentração de gases poluentes numa área cujo relevo impedia sua dispersão. Além disso, a erosão das encostas escarpadas produziu uma série de deslizamentos de terra no entorno da cidade, ameaçando tanto a área urbana quanto o parque industrial. Para mitigar o problema a agência ambiental paulista, a Cetesb, coordenou uma força-tarefa de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Instituto Florestal e do Instituto de Botânica para tentar mitigar o problema. Eles escolheram espécies típicas da região e que teriam maiores chances de vingar num projeto de reflorestamento intensivo. Mateiros foram enviados à Serra do Mar para obter sementes. À semelhança do modelo proposto por Fletcher, elas foram envoltas num pelete gelatinoso para evitar a sua dispersão pelo vento e melhorar a fixação ao solo. Um helicóptero e um avião agrícola foram utilizados para dispersá-las.
Em escala global, o reflorestamento aéreo é ainda mais antigo, como alternativa de semeadura em escala em áreas de difícil acesso ou alta inclinação. Uma das experiências mais antigas registradas pela literatura é a da distribuição de sementes nas montanhas de Honolulu, no Havaí, para recuperar florestas destruídas num incêndio nos anos 30.
Fonte; http://www.mundosustentavel.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário