14/03/2015
O futuro de longo prazo para o Brasil reside na independência do ciclo de commodities e na melhoria da indústria e dos serviços, de tal forma que consiga reduzir as importações e aumentar a participação no mercado externo. As lições aprendidas com países emergentes asiáticos, como a China, Coreia do Sul, Cingapura, Malásia e Vietnã, mostram que a competitividade e a sustentabilidade do Brasil exigem a combinação de um ambiente institucional com objetivos públicos claramente definidos, aliados a uma liderança política, ao longo de décadas.
As metas políticas devem focar no aumento da capacidade das empresas de produzirem produtos e serviços com elevado padrão de qualidade, a qual pode ser alcançada por meio da promoção da ciência e da inovação, aliada ao fortalecimento das redes de cooperação, como, por exemplo, ocorre na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esta melhoria na indústria também pode emergir com a atração de investimentos externos e com o desenvolvimento de uma rede local de fornecedores para as multinacionais.
Mudanças institucionais devem incluir a criação de um sistema educacional, desde a pré-escola até a universidade, que crie oportunidades iguais e defina padrões internacionais de competência, como resultado deste esforço. Finalmente, existe a necessidade de uma liderança política e uma estrutura de ação baseada na legitimidade. É fundamental que o Brasil reconheça o grau de desigualdade social e que formule meios de lidar com essa injustiça baseada em políticas públicas transparentes e honestas.
Glenn Morgan
morganGD1@cardiff.ac.uk
Professor da Cardiff University
Fonte; http://www.opovo.com.br/
Recentemente, o jrnal The Economist publicou o artigo “Recessão no Brasil está Chegando: A Queda de um Titã”. Desde os seus momentos de glória, em meados do ano 2000, a taxa de crescimento do país caiu de 4% para cerca de 1,3% ao ano, e, em 2015, projeta-se um resultado negativo. As causas para esta “queda do Titã” residem na contínua dependência da exportação de matéria-prima e de commodities.
Desde 2008, observa-se uma queda nos preços destas commodities, aliado à recente redução do crescimento da China, que levou o superávit dos anos de 2004 a 2008 para um déficit recorde de US$ 11.529.500,00, em janeiro de 2014. E para piorar, os consumidores brasileiros ainda continuam comprando produtos importados. A dívida externa do país chegou a US$ 347.621.290,00 no quarto trimestre de 2014, o que representa o maior valor de todos os tempos. Em 2014, a dívida pública correspondeu a 66% do PIB, resultando um gasto de 6% do PIB somente para pagar os juros desta dívida. Esses resultados deixam o país extremamente vulnerável e com um elevado grau de risco. Para atrair investimentos externos, somente elevando a taxa de juros para 13% e reduzindo o valor do real frente ao dólar.O futuro de longo prazo para o Brasil reside na independência do ciclo de commodities e na melhoria da indústria e dos serviços, de tal forma que consiga reduzir as importações e aumentar a participação no mercado externo. As lições aprendidas com países emergentes asiáticos, como a China, Coreia do Sul, Cingapura, Malásia e Vietnã, mostram que a competitividade e a sustentabilidade do Brasil exigem a combinação de um ambiente institucional com objetivos públicos claramente definidos, aliados a uma liderança política, ao longo de décadas.
As metas políticas devem focar no aumento da capacidade das empresas de produzirem produtos e serviços com elevado padrão de qualidade, a qual pode ser alcançada por meio da promoção da ciência e da inovação, aliada ao fortalecimento das redes de cooperação, como, por exemplo, ocorre na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esta melhoria na indústria também pode emergir com a atração de investimentos externos e com o desenvolvimento de uma rede local de fornecedores para as multinacionais.
Mudanças institucionais devem incluir a criação de um sistema educacional, desde a pré-escola até a universidade, que crie oportunidades iguais e defina padrões internacionais de competência, como resultado deste esforço. Finalmente, existe a necessidade de uma liderança política e uma estrutura de ação baseada na legitimidade. É fundamental que o Brasil reconheça o grau de desigualdade social e que formule meios de lidar com essa injustiça baseada em políticas públicas transparentes e honestas.
Glenn Morgan
morganGD1@cardiff.ac.uk
Professor da Cardiff University
Fonte; http://www.opovo.com.br/
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