Já faz duas décadas que as pessoas começaram a perceber a importância da sustentabilidade. No entanto, hoje, podemos dizer que está em evidência ou popularmente falando “na moda”! Mas o que isso tem a ver com a organização onde trabalho?
A ação da humanidade, em busca de desenvolvimento econômico/social/tecnológico trouxe no decorrer dos anos consequências inesperadas e desastrosas ao planeta devido ao grande volume de resíduos descartados de maneira inadequada, como vazamentos de produtos nocivos à saúde, descarte e destino incorreto de todos os tipos de lixos, e poluições permanentes que tem afetado a camada de ozônio, causado grandes desastres naturais.
Em meio aos desastres ambientais e o desenfreado consumo dos recursos naturais que o mundo tem vivenciado nos últimos anos, nasce dentro das organizações a necessidade de se adaptar às novas exigências do ambiente em que está inserida. Essa nova necessidade ou novo comportamento é chamado de Sustentabilidade Empresarial. Mas as empresas estão preocupadas?
- Por Luiz Henrique de Campos
Com isso, nota-se que a tendência é que cada vez mais as organizações incluam essa preocupação em seus planos de negócios e utilizem a sustentabilidade empresarial para criar reputação e – como consequência – ter um melhor posicionamento de mercado, pois tais acontecimentos têm alarmado os consumidores que cada vez mais tem se preocupado com o lado social e ambiental das empresas modernas, o que faz com que as companhias se enquadrem nesses novos padrões de exigências da sociedade para assim serem aceitas.
Esse fator ambiental vem mostrando a necessidade de adaptação das empresas e consequentemente direciona novos caminhos no seu crescimento. As organizações devem mudar seus paradigmas, mudando sua visão empresarial, objetivos, estratégias de investimentos e de marketing, todas estratégias voltadas para o aprimoramento de seu produto/serviço, adaptando-o à nova realidade do mercado global.
As questões sociais e ambientais são intrínsecas e passam a ser ainda mais exigidas no conceito da sustentabilidade. A administração com consciência ecológica leva o gestor à questão da qualidade total, que resulta na preferência e escolha do cliente pelo seu produto/serviço, e garante sustentabilidade e sobrevivência à empresa no mercado. Por exemplo, a Lecom, fornecedora de Tecnologia da Informação e Comunicação Digital possui uma administração com consciência sustentável e frequentemente implanta campanhas internas com o intuito de conscientizar sua equipe e também reduzir o impacto ao meio ambiente.
Por vivermos as últimas décadas sem dar o devido valor ao meio ambiente, com foco apenas na economia, temos hoje um esforço consideravelmente grande para controlar e recuperar os impactos. O controle da poluição, por exemplo, tem sido um dos maiores desafios ambientais do mundo atual. O reconhecimento de que a ação do homem contribuiu para a deterioração do ambiente natural e dos recursos naturais tem sido comum, fazendo com que os países – tanto os desenvolvidos quanto os subdesenvolvidos – busquem alternativas em relação à restauração do meio ambiente natural.
Um exemplo de esforço para combater a poluição da atmosfera é ação tomada pelo governo da China que, para promover a inserção de mais veículos verdes à frota, anunciou que todos os carros elétricos, híbridos ou movidos a células de combustível estão isentos de impostos sobre compra até 2017. Com o corte, que reduz em 10% o preço de veículos nacionais e importados, o governo chinês espera tornar os ecológicos mais atraentes. A medida é parte da estratégia chinesa de combater os altos níveis de poluição atmosférica em suas grandes cidades. A BMW prevê que a China se tornará o maior mercado do mundo para os veículos elétricos, como resultados da expansão da infraestrutura de carregamento e incentivos dados pelo governo [].
Com a finalidade de estimular a responsabilidade ética das corporações, foi iniciado em 2005 o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) originalmente financiado pela International Finance Corporation (IFC) – braço financeiro do Banco Mundial. Seu desenho metodológico é responsabilidade do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCes) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP).
O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Oito empresas brasileiras fazem parte do seleto grupo mundial das organizações líderes em sustentabilidade, segundo o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (Dow Jones Sustainability World Index – 2013/2014), sendo elas – Petrobrás (8º ano consecutivo), Embraer, Branco do Brasil, Fibria, Cemig, Itaú Unibanco (14º ano consecutivo), Itaúsa e Bradesco.
O Dow Jones Sustainability Index World é um indicador de performance financeira. Foi lançado em 1999 como o primeiro indicador da performance financeira das empresas líderes em sustentabilidade a nível global. As empresas que constam deste Índice, indexado à bolsa de Nova Iorque, são classificadas como as mais capazes de criar valor para os acionistas em longo prazo, através de uma gestão dos riscos associados tanto a fatores econômicos, como ambientais e sociais.
A importância dada pelos investidores a este índice é reflexo de uma preocupação crescente das empresas e grupos econômicos com um mundo sustentável e com a reputação de suas organizações para que as empresas continuem a ter um bom relacionamento com o mercado e com seus consumidores e por consequência, continue a crescer. A sua performance financeira está, desta forma, intrinsecamente associada ao cumprimento de requisitos de sustentabilidade que atravessam todas as áreas da vida empresarial e que cruzam aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Vale salientar que a questão de sustentabilidade, além de proporcionar mais qualidade de vida, traz novas oportunidades e, aliado à criatividade e inovação das organizações, gera grandes diferenciais no mercado.
A humanidade trouxe grandes avanços no desenvolvimento econômico/social/tecnológico através de ações que não levaram em conta a preservação dos recursos naturais e, devido a isso, vivencia-se consequências desastrosas em todo o planeta. Hoje, existe um novo padrão de exigência e consciência da sociedade, que faz com que se inicie uma grande “corrida” entre as empresas para minimizar os efeitos que seus produtos e serviços podem causar ao meio ambiente. Com isso, surgem novas tecnologias, novas estratégias gerenciais nas empresas, novos incentivos dos governos, índices destinados a medir o grau de comprometimento das organizações com o meio ambiente, enfim, novas soluções.
O pensar no amanhã sustentável é um grande diferencial e ter o reconhecimento de que uma empresa é sustentável pode ser um fator decisivo para manter o crescimento ordenado e atender às novas necessidades dos mercados, atingindo assim a preferência dos consumidores e investidores.
- Luiz Henrique de Campos é Analista Administrativo na Lecom S/A, provedora de sistemas de gestão em Business Process Management
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