Da mesma forma, nossas ações e escolhas na vida podem ter um efeito semelhante, criando ondulações e mudando o curso das coisas, mesmo que temporariamente. Mas o poema também aponta para a ideia de que, no final, tudo se acalma e retorna ao silêncio.
A pedra, mesmo depois de criar ondulações na água, afunda e desaparece no fundo do lago, e a superfície volta ao seu estado original. Isso pode ser visto como uma metáfora para a nossa própria existência: mesmo que tenhamos impacto na vida dos outros, em última análise, a morte e a esquecimento podem nos aguardar. É uma lembrança de que nossa presença é temporária e que devemos aproveitar o momento presente enquanto o temos.
Além disso, o poema também destaca a beleza da simplicidade e da contemplação. Ao lançar uma pedra em um lago, podemos estar fazendo algo tão mundano quanto divertido. Mas também podemos estar contemplando a beleza do movimento da água e o som das ondulações. É um lembrete para apreciar os pequenos momentos da vida e encontrar alegria nas coisas mais simples.
No entanto, o silêncio que segue também pode representar a ideia de que, mesmo quando fazemos barulho ou causamos mudanças significativas, eventualmente tudo retorna ao seu estado natural e a vida continua.
O poema haicai "Uma pedra lançada" de Robson Cogo é uma reflexão profunda sobre a natureza da ação e suas consequências. Em apenas três curtas linhas, Cogo captura a essência da vida em sua forma mais simples e intemporal.
A imagem da pedra lançada no lago é uma metáfora poderosa para a forma como nossas ações podem afetar o mundo ao nosso redor.
A primeira linha, "Uma pedra lançada", evoca a imagem de um ato impulsivo e deliberado. A pedra simboliza nossas ações, enquanto o ato de lançá-la representa nossa vontade de interferir no curso natural das coisas. Mas as consequências desse ato não são imediatas.
A segunda linha, "Em ondas no lago", nos lembra que cada ação que tomamos é como uma pedra lançada em um lago, criando ondas que se propagam em todas as direções. Essas ondas representam as consequências de nossas ações, que muitas vezes são imprevisíveis e incontroláveis.
A última linha, "No silêncio afundava", é a conclusão sombria do poema. Ela sugere que nossas ações muitas vezes têm um efeito negativo, mesmo quando pensamos que estamos fazendo o bem. A pedra, que no início parecia tão firme e imponente, agora afunda no silêncio do lago, como se tivesse desaparecido completamente. É um lembrete de que cada ação que tomamos tem um impacto duradouro no mundo ao nosso redor, mesmo que não possamos vê-lo imediatamente.
O poema também nos faz refletir sobre a importância do silêncio. O lago, que é o cenário para a ação da pedra, é um lugar tranquilo e sereno. Ele representa o estado natural das coisas, sem interferência humana. É apenas quando a pedra é lançada que a paz é perturbada e o silêncio é quebrado. O poema nos lembra que, muitas vezes, é melhor deixar as coisas seguirem seu curso natural, sem interferência humana.
Em resumo, "Uma pedra lançada" é um poema inspirador e provocativo que nos convida a refletir sobre a natureza da ação e suas consequências. Ele nos lembra que cada ação que tomamos tem um impacto duradouro no mundo ao nosso redor e que devemos ter cuidado ao interferir no curso natural das coisas.
Além disso, o poema destaca a importância do silêncio e da serenidade como um antídoto para a agitação e a turbulência que muitas vezes acompanham nossas ações.
Em suma, é um poema que nos faz pensar e nos inspira a sermos mais conscientes de nossas ações e seus efeitos sobre o mundo ao nosso redor.
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São mais de mil poemas, todos em haicai. Essa forma poética tem sua origem no Japão, claro que com o passar do tempo houveram adaptações em outros países, o autor do blog Robson Cogo segue fiel ao princípio de manter a forma poética em três versos respeitando a tradição.
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