sábado, 25 de fevereiro de 2012

O vice-presidente da Unilever declara que as empresas que não se adaptarem à escassez de recursos sofrerão no futuro



As empresas que não comecem já a adaptar-se à escassez de vários recursos nas próximas décadas, adoptando práticas de sustentabilidade, sentirão "grandes dificuldades" a médio prazo, afirmou hoje um responsável da Unilever.
Gavin Neath, vice-presidente de sustentabilidade da Unilever - um grupo com vendas de 50 mil milhões de euros em 180 países - intervinha no arranque da conferência "Doing Good Doing Well" (DGDW) da escola de negócios IESE, em Barcelona.

"Precisamos de novos modelos de capitalismo, mais responsáveis e socialmente conscientes. A sustentabilidade estará no centro destas novas formas de fazer negócio no futuro próximo", afirmou.

Neath detalhou alguns dados essenciais para "qualquer empresa que pensa na sua expansão e ação no futuro", num mundo que "nos próximos 40 anos terá que produzir mais comida do que no total dos últimos 8.000 anos" e onde "a água disponível por pessoa cairá para metade nos próximos 10 anos".

Como exemplo da escassez de recursos, Neath aponta estimativas que sugerem o quase desaparecimento das reservas de estanho e cobre em 20 a 25 anos, de ferro em 65 anos e de alumínio em 70 anos.

"Empresas que não tomem acção já para lidar com estas questões de falta de recursos sofrerão muito no futuro", afirmou Neath.

"Não é marketing ou relações públicas, mas sim uma forma nova de fazer negócio, uma nova forma de capitalismo, centrada no longo prazo, que vê o mundo empresarial como parte da sociedade, onde as empresas lidam com os grandes temas ambientais e de recursos e onde as necessidades dos cidadãos e das comunidades têm o mesmo peso que o dos accionistas", insistiu.

Para Neath este será, no futuro, "o único modelo aceitável de fazer negócio" algo, sublinhou, que está a ser exigido pelos cidadãos, "nas ruas de Madrid, em frente a Wall Street, nas ruas de Londres".

"Todas estas pessoas estão a dizer que querem mudança, que querem modelos sustentáveis de negócio, que preservam e protegem recursos naturais", afirmou.

Defendendo a agenda da sustentabilidade no mundo empresarial, Neath considerou que além de garantirem maior protecção dos recursos, acções neste sentido abrem também "novas oportunidades para inovação, desenvolvimento empresarial e poupanças em custos".

E respondem ao que é um grupo "pequeno mas crescente" de consumidores que querem produtos que são produzidos de forma mais ética e responsável sem "ter que abdicar de questões de preços, performance ou conveniência".

"A sociedade quer e espera que o mundo empresarial mude. E as melhores pessoas querem trabalhar para empresas que são não apenas lucrativas mas positivas para a sociedade", afirmou.

Dezenas de especialistas do mundo empresarial e da sociedade civil participam até sábado em Barcelona na conferência DGDW organizada pela escola de negócios IESE

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