quinta-feira, 5 de abril de 2012

Bacalhau da Amazônia é exemplo de sustentabilidade

4 DE ABRIL DE 2012 - 9H35 




Com a proximidade da Páscoa, cresce consideravelmente o consumo de bacalhau. Até agora, as opções disponíveis na maior parte do país eram todas importadas. Mas acaba de chegar ao mercado o Bacalhau da Amazônia, feito a partir da salga do pirarucu (Arapaima gigas), peixe exclusivo da bacia amazônica. Uma opção saudável, ecologicamente correta e brasileiríssima.

Por Cláudio Gonzalez




Presente nos mercados do Norte desde o final do ano passado, o Bacalhau da Amazônia passa a ser vendido também em São Paulo através da rede de supermercados do grupo Pão de Açúcar.

O lançamento do produto na região sudeste aconteceu nesta segunda-feira, dia 2 de abril, no Restaurante Dressing, em São Paulo, e contou com a presença de empresários paulistas, jornalistas especializados, a direção do Grupo Pão de Açúcar, autoridades como o presidente da Fundação Amazonense de Desenvolvimento Sustentável (FAS), Virgílio Viana, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a Secretária de Agricultura de São Paulo, Mônika Bergamaschi e convidados especiais como o casal de atores e ativistas ambientais Bruna Lombardi e Calos Alberto Riccelli.


Conquista pelo paladar

Eron Bezerra e autoridades falam sobre o projeto Bacalhau da Amazônia

Eron Bezerra, secretário estadual de Produção Rural do Amazonas, é um dos grandes incentivadores do bacalhau brasileiro. Ele apresentou a novidade em janeiro, durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre, onde o Bacalhau da Amazônia, também conhecido como Bacalhau do Norte, foi classificado como o melhor exemplo de alternativa para o desenvolvimento sustentável.

Durante o lançamento do produto em São Paulo, o secretário afirmou que o governo do Amazonas fez questão de escolher a capital paulista como a primeira cidade, depois de Manaus, a lançar o Bacalhau da Amazônia. “A maior cidade do país é também reconhecida pelo refinamento e pujança de sua gastronomia, então para nós é um grande desafio trazer este produto para cá, onde o mercado consumidor é muito exigente. Mas temos certeza que os paulistas, em pouco tempo, aprenderão a gostar do bacalhau de pirarucu tanto quanto nós, amazonenses, gostamos”, disse Eron.

Ele agradeceu a parceria com o grupo Pão de Açúcar e também o apoio institucional dado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que conseguiu viabilizar convênios e emendas parlamentares que garantiram o investimento necessário para o projeto do Bacalhau da Amazônia. O empreendimento recebeu investimento de R$ 4 milhões – divididos entre os governos estadual e federal, por meio da Financiadora de Projetos e Estudos (Finep), e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Produção sustentável

O secretário destacou que o pirarucu salgado já está presente na mesa dos amazonenses há muito tempo, inclusive sendo vendido em abundância nos mercados populares, de forma artesanal, mas agora o processo de industrialização agrega valor ao produto cujos princípios de produção são a sustentabilidade ambiental, a justiça social e a viabilidade econômica.

Segundo ele, a iniciativa busca promover e assegurar o uso sustentável da biodiversidade, respeitando a cultura e tradições dos produtores e ribeirinhos, que se encontram dentro do bioma amazônico. "O Bacalhau da Amazônia é considerado a grife das grifes da Amazônia porque transforma a riqueza natural em riqueza material. Isto sim é sustentabilidade real, criando alternativa econômica a partir da nossa matéria-prima", declara o secretário.

Para a senadora Vanessa Grazziotin, “o que está acontecendo no Amazonas, com projetos como esse, é a aplicação, na prática, de todo o debate que se faz sobre sustentabilidade”.

Também presente no evento, o pescador Luiz Gonzaga Medeiros de Matos, o Luizão, diz que o projeto do Bacalhau da Amazônia conseguiu colocar a cidade de Maraã no mapa do Brasil. Líder da colônia de pescadores da reserva de desenvolvimento sustentável Mamirauá, ele fala com emoção e orgulho do projeto e destaca que a pesca manejada ajudou a conscientizar os pescadores sobre a importância da preservação ambiental . “Quem mora na região precisa sobreviver e iria continuar pescando ilegalmente se não houvesse este projeto. Hoje, temos muitas regras para poder manejar o pirarucu. É preciso pagar vigias para evitar que pessoas de fora façam a pesca predatória, por exemplo. E temos que respeitar a época de pesca, restrita aos meses de outubro e novembro, com limitação de número de peixes pescados”, diz. Anualmente, é permitido pescar até 30% dos pirarucus adultos, que já chegaram aos 60 kg.

Estima-se que há cerca de 40 mil peixes da espécie na área de manejo. A primeira safra voltada para a produção de bacalhau ocorreu no ano passado e contou com 2.700 peixes que foram retirados de 37 lagos da Reserva Mamirauá.

Fábrica em Maraã

A primeira indústria do produto na América do Sul foi inaugurada no ano passado pelo governador Omar Aziz no município de Maraã (a 635 km de Manaus), com capacidade de processar 1,5 mil toneladas por ano. Uma segunda fábrica de salga de peixe, com o dobro da capacidade, está sendo construída no município de Fonte Boa (a 680 quilômetros de Manaus). Com as duas fábricas em atividade, será possível processar todo o pirarucu do Estado, garante a Sepror.

O faturamento dos produtores que fornecem pirarucu para a Fábrica de Bacalhau da Amazônia teve acréscimo de quase 100% só nos quatro primeiros meses de operação da fábrica.

Se cada tonelada de bacalhau for vendida a R$ 25 mil (o quilo a R$ 25), o faturamento das duas indústrias alcançará algo em torno de R$ 112,5 milhões, o equivalente a 2 vezes o orçamento anual das duas cidades. As fábricas serão abastecidas com o pescado de áreas de manejo, como a reserva de Mamirauá e outras RDS da região.

Segundo Eron Bezerra, com o investimento feito na produção do bacalhau de pirarucu, o Governo conseguiu solucionar dois problemas de uma vez só. “Isso porque nós elevamos o preço pago ao produtor e acabamos com a falta de mercado, já que a Fábrica de Bacalhau da Amazônia tem capacidade de processar tudo o que hoje é produzido”, afirma.

Benefícios para a comunidade

Ainda de acordo com Eron, a atividade também ganha relevância por ser autossustentável. Ele explica que, de uma forma geral, o processo de industrialização do pescado costuma ter perdas, mas, no caso da indústria de Maraã, isso não aconteceu. Para que a produção fosse economicamente viável, das 160 toneladas de pirarucu adquiridas seria necessário transformar em produto final pelo menos 30 toneladas. “O Amazonas ultrapassou essa meta. De todo o peixe comprado pelo governo, nós aproveitamos entre 60 e 80 toneladas. Somos autossustentáveis”, comemora o secretário.

Sessenta por cento do peixe processado é transformado em mantas (filé), dos quais 65% são aproveitados pelo processo de salga. As unidades de beneficiamento também estarão aptas a trabalhar com outras espécies de peixe.

Além de gerar 150 empregos diretos e milhares de empregos indiretos, o projeto das indústrias de salga inclui a instalação de creches para as funcionárias e pescadores que tiverem filhos, a construção de áreas de lazer e o principal: a participação no lucro do empreendimento por parte dos pescadores que fornecem matéria-prima para a indústria. Dos 700 pescadores da colônia Z32 de Maraã, 530 estão capacitados para fazer o manejo sustentável do pirarucu.

Pirarucu também é bacalhau?

Há certa polêmica sobre o uso do termo “bacalhau”. Muitos especialistas argumentam que “bacalhau” é um processo específico de salga e cura do peixe, do qual é retirada em média 50% da sua umidade, portanto qualquer pescado que passe por este processo poderia ser batizado de bacalhau. No mercado brasileiro, cinco espécies de peixe são comercializadas como bacalhau (Gadus Morhua, Gadus Macrocephalus, Saithe, Ling e Zarbo). Todas são da ordem dos Gadiformes e provenientes de águas marítimas profundas e geladas.

E há ainda os radicais que acham que somente os dois primeiros (Cod Gadus) têm direito de receber o nome de bacalhau. Por outro lado, também tem quem defenda que o pirarucu salgado não deveria ser chamado de bacalhau pois isso seria uma forma de “desnacionalizar” um produto tipicamente brasileiro. Eron Bezerra discorda desta opinião e argumenta que por não se tratar de um tipo de peixe, mas sim de um processo de salga, o termo bacalhau pode ser aplicado ao pirarucu e irá facilitar sua comercialização, criando uma marca nacional forte, capaz de disputar mercado com o produto importado.

No caso do pirarucu, embora seja de água doce e não faça parte da ordem dos Gadiformes, sua carne se adapta muito bem ao processo de salga utilizado, o que faz com que possa ser vendido como bacalhau. Após dessalgado, sua carne lembra o bacalhau tradicional, tem cor semelhante, variando do branco ao amarelo, mas tem um sabor único. Dependendo da preparação, seu sabor pode ficar mais forte ou mais suave que o bacalhau tradicional. Sua textura também é menos fibrosa que a dos demais tipos de bacalhau e se desfaz em lascas muito bem. Substitui o peixe europeu em qualquer receita e, segundo os chefs que já trabalharam com o produto, ele é ainda mais versátil que o bacalhau tradicional.

O chef do Dressing Ednaldo de Santana, em parceria com o chef Felipe Schaedler, do restaurante Banzeiro, de Manaus, elaboraram um menu especial para o lançamento em São Paulo, incluindo um canapé com pirarucu desfiado e farofa de uarini e pacovan servido na escama do peixe; consommé de tucupi com pirarucu seco; uma brandade de bacalhau e dois pratos principais: pirarucu amazonense (ao forno com fatias de pimentão, vinho branco e creme de castanha do Pará) e Bacalhau de Pirarucu (com mousseline de mandioquinha, leite de coco e gengibre).


O chef do Dressing disse que gostou muito desta primeira experiência com o pirarucu salgado e pretende incluir o produto no cardápio fixo do restaurante paulistano. “A combinação com a farofa de uarini ficou muito boa e podemos trabalhar com esta receita em entradas e também em pratos principais”, disse. Seu colega de Manaus, Felipe Schaedler, afirma que receitas tradicionais como o Bacalhau a Zé do Pipo, Bacalhau a Gomes de Sá e muitas outras podem perfeitamente ser preparadas com o bacalhau de pirarucu. Mas o chef do Banzeiro ressalta que o bacalhau da Amazônia é diferente do bacalhau que conhecemos. “O pirarucu salgado tem textura e sabor diferentes. O peixe é mais gorduroso”, diz.

O diretor comercial do Pão de Açúcar, Pedro Henrique, diz que estão correndo contra o tempo para tentar colocar o peixe à venda antes da Páscoa, mas questões burocráticas podem inviabilizar este intento. “Mesmo se não der para disponibilizar até a Páscoa, não tem problema, os paulistanos consomem bacalhau o ano todo e acreditamos que o produto vindo da Amazônia será um sucesso de venda”, disse. 

A expectativa da rede, que vende mais de 5 mil toneladas de bacalhau importado por ano, é que a versão amazonense alcance 5% deste mercado. Também há um acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/AM) para a comercialização direta do produto industrializado com a cadeia de restaurantes local.

Inicialmente, o produto será vendido apenas em São Paulo, porém, a perspectiva do grupo é levá-lo em breve aos demais Estados brasileiros, especialmente ao Rio de Janeiro – um dos maiores consumidores de bacalhau no Brasil e ao Centro Oeste – grande consumidor de peixes da região Norte. Atualmente o grupo tem filiais em 19 Estados para onde o Bacalhau da Amazônia poderá ser enviado, se houver aceitação suficiente no mercado paulista. O quilo do peixe salgado deve ser vendido em São Paulo com o preço de R$ 35,00 a R$ 39,00.

Vôos internacionais

A marca Bacalhau da Amazônia também poderá alçar voos internacionais. O Governo do Estado e o Ministério de Relações Exteriores (MRE) irão promover, no dia 24 de abril, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o lançamento do produto para as Embaixadas Estrangeiras com sede na capital federal.

Durante o almoço de lançamento em São Paulo, Eron Bezerra disse que “não será surpresa se no futuro estivermos vendendo nosso bacalhau brasileiro para os noruegueses”. A Noruega é, tradicionalmente, o país mais identificado com a produção e exportação do bacalhau.

*Cláudio Gonzalez é jornalista, editor-executivo da revista Princípios e edita o blog gastronômico
Papillon

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Novo Horizonte recebe projeto “Praça Ativa” de Minas Gerais


O município de Novo Horizonte recebe neste domingo, dia 1º, o projeto “Praça Ativa” da Universidade Ativa, de Minas Gerais, que está na sua 6ª edição e tem o apoio da Lei de Incentivo a Cultura do Governo Federal, com foco na  Educação Ambiental com a conscientização da sustentabilidade e cidadania de todo o país.

O evento será realizado na Praça Dr. Euclides Castilho (Praça da Matriz), das 11 às 18 horas.  A “Praça Ativa Usina Estiva” terá shows musicais, oficinas de arte, teatros infantis e reciclagem com foco na educação ambiental, brinquedos infláveis e atividades voltadas à saúde e cidadania. Prestação de serviços, oficina de leitura com distribuição de saúde e muita interatividade.

De acordo com a organização, a população poderá saber mais sobre os projetos socioambientais e de saúde desenvolvidos na cidade e ainda, conhecer as atividades realizadas por artistas e expositores locais, valorizando a arte e conhecimento produzido em Novo Horizonte.

A Praça Ativa conta com diversos parceiros, dentre eles, a Usina Estiva de Novo Horizonte, que teve a iniciativa de apoiar o evento e fazer parte do compromisso social. 

“A iniciativa faz parte do compromisso social da usina que busca contribuir com a comunidade onde atua. As atrações e atividades estimulam a conscientização sobre cidadania e sustentabilidade de forma lúdica e interativa”, disse o diretor da Usina Estiva, Sandro Cabrera.

Outro fator que o projeto visa além de orientar e incentivar ações sociais é a integração entre as famílias

sábado, 31 de março de 2012

Boas práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana no município foram reconhecidos pelo Ministério do Meio Ambiente. Da Redação redacao@novohamburgo.org(Siga no Twitter)


Pela quinta vez, o programa CataVida, criado em 2009 e desenvolvido para capacitação e inclusão de catadores de materiais recicláveis, foi premiado pelas  boas práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana.
Desta vez, o reconhecimento vem do Ministério do Meio Ambiente – MMA. O gerente de Apoio à Micro e Pequena Empresa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo – Sedetur, Márcio Alves, representou o município durante a solenidade e recebeu a premiação. O evento aconteceu durante o 1º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável – EMDS, promovido pela Frente Nacional de Prefeitos.
No CataVita, os catadores participam de aulas, recebem uniformes e todos os equipamentos necessários para coletarem e separarem os materiais recolhidos. Mais de 150 já se formaram nos cursos e estão trabalhando diariamente na Central de Reciclagem Roselândia e na Central de Catadores Unidade Centro.
Informações de Imprensa PMNH

terça-feira, 27 de março de 2012

Sustentabilidade urbana será tema de debates no Idesp


Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 26/03/2012 às 09:22

O Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) realiza em seu auditório, nesta terça-feira (27), a partir das 9 horas, mais uma edição da série de seminários mensais denominada “Diálogos sobre Desenvolvimento”. Promovida juntamente com o Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (Numa/UFPA), a programação traz como tema central “Cidades Paraenses em direção a uma agenda de pesquisa sobre sustentabilidade urbana e ambiental no estado do Pará”.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Santander traz Fritjof Capra para Encontro de Sustentabilidade


Evento tem transmissão ao vivo por meio do portal www.santander.com.br/sustentabilidade, em 28 de março, a partir das 18h30 horas, e internautas podem fazer perguntas. Oscar Motomura e Ricardo Voltolini participam da discussão.
São Paulo – O Brasil vive um momento favorável para criar um modelo de desenvolvimento economicamente viável, ambientalmente equilibrado e socialmente justo. Debater sobre o desafio do crescimento qualitativo para organizações e seus líderes e o potencial brasileiro para liderar este movimento é o objetivo deste Encontro de Sustentabilidade. Em 28 de março, às 18h30, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro, o Santander promove o Encontro de Sustentabilidade com Fritjot Capra, diretor fundador do Centro de Ecoliteracy em Berkeley, na Califórnia e um dos mais conceituados pensadores de sustentabilidade do mundo.
No 21º Encontro, Capra fala sobre os desafios atuais da sociedade e como fazer a transição para a sustentabilidade. O físico austríaco aborda o conceito de crescimento qualitativo, trazendo exemplos práticos de sua aplicação e como a alfabetização ecológica contribui para essa mudança de patamar de consciência e desenvolvimento.

sábado, 10 de março de 2012

Cultura Sustentável - A Chave da Nova Era


     Aqui no Brasil no final do sec. XX, a grande maioria das pessoas consideravam investimentos em meio ambiente em modismo ou estratégias empresariais com o objetivo de conquistar mercados. As sementes da nova era já vem sendo plantadas e muitos ainda não perceberam. O uso do celular, a  internet estão massificando as informações. Várias empresas passaram a cada dia, mais e mais a se ocuparem e colocarem em planejamentos estratégicos a palavra “Sustentabilidade”. E o que era modismo passou em pouco tempo a ser uma questão de sobrevivência empresarial.
     Não são raras as notícias, aliás, quase que diariamente vemos situações que causam um verdadeiro pânico nos mercados. Vejam o que aconteceu com o embargo da carne suína feita pela Rússia, uma situação que prejudicou inúmeras empresas e criadores de porcos.
     As questões sanitárias, questões ambientais, trabalhistas, entre outras, estão numa pauta além da sustentabilidade financeira. Esse ponto tornou-se central,  pois as empresas não permanecerão no mercado se não derem a devida importância a outros itens de sustentabilidade.
      Não Basta ir à TV e dizer que a empresa é sustentável, que se preocupa com o ambiente social e ambiental, é preciso muito mais do que distribuir sacolinhas, é preciso ser  um agente transformador, e quem não entender isso claramente poderá em pouco tempo, por conta de um deslize, ou de uma prática viciada estar nas redes sociais e ver sua empresa associada à sujeira ou contradizendo-se, e todo o investimento pra dizer que era uma coisa se mostrar outra coisa aos olhos do consumidor. Chegado nesse ponto a imagem da empresa estará arranhada, sendo necessário um esforço redobrado para conseguir reverter o quadro e melhorar novamente a imagem da empresa ou instituição, isso se conseguir.
     É só o início, uma empresa verdadeiramente sustentável deve incluir em sua missão uma consciência de que é preciso fazer muito mais que bons produtos, pois as empresas ou instituições que não forem sustentáveis desapareceram do mercado  por sua própria seleção natural.
     É um caminho sem volta, é preciso atuar de forma pró-ativa envolvendo funcionários e a comunidade na qual está inserida.
     A busca constante por novas tecnologias limpas, muitas vezes tecnologias simples, evitando desperdícios, educando.
     Ser sustentável implica em observar vários fatores e medidas que se complementam e abrangem todo o processo produtivo, vendas e adequação à Lei dos Resíduos Sólidos.
     Uma nova cultura para uma nova era, “A Cultura da Sustentabilidade”, já vem sendo notada em todo o mundo e com a internet as informações circulam numa impressionante rapidez. As empresas que por oportunismo ou por marketing querem ou tentam se promover com superficialidades precisam rever rapidamente seus conceitos.
     Enfim, muitos fatores devem ser levados em consideração.
     O Planejamento e a execução, levantamentos detalhados e estudos de viabilidade será a chave para o fracasso ou o sucesso.


Robson Côgo
Adm. E Consultor Ambiental 

Arte sustentável vira ferramenta para conscientização ambiental

Por Monique Lopes
09/03/2012

Sustentabilidade é a palavra da vez. Mas não é de hoje que o conceito de sustentabilidade está presente no mundo da arte. Há décadas artistas como Vik Muniz, brasileiro mundialmente conhecido, utilizam materiais inusitados e recicláveis para compor suas obras e, desde então, a arte sustentável, como tem sido chamada, vem se transformando num modo de conscientização e educação ambiental. O Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), por exemplo, inclui visitas a exposições de arte no Programa Portas Abertas, que visa familiarizar crianças, jovens e adultos com o consumo consciente. O artista paulistano Silvio Alvarez dedica-se há quase 20 anos à colagem, criando quadros a partir de recortes de revistas, e é um dos que também procura passar essa mensagem. 

“Recortar e colar começou como um hobby. Como eu não sei desenhar, fazia composições simples a partir desses recortes. Alguns amigos me disseram que aquilo era bom, então eu comecei a expor”, conta o artista, que atualmente oferece oficinas de arte terapia e participa de diversos projetos voltados à conscientização ambiental de crianças. “A questão de sustentabilidade pra mim não veio como uma ideia de defesa da natureza, mas a partir da vivência cotidiana com o universo dos catadores”, explica Alvarez. 

O artista relata que contatou em Joanópolis (município de São Paulo) uma senhora conhecida como Dona Nega, que complementava a aposentadoria catando papelão na rua. “Ela me contou que tinha muitas revistas – relembra Alvarez - e se comprometeu a retirar toda semana o que sobrava do meu trabalho. Eu pedi que 7 casas vizinhas trouxessem aqui tudo o que fosse reciclado para ela retirar junto. A partir disso, eu me dei conta do que poderíamos fazer, e que ela, com tanta idade, estava fazendo sozinha. Percebi que podemos fazer muito mais do que já estamos fazendo.” 

Desde essa experiência, Alvarez tem desenvolvido uma série de projetos de conscientização ambiental, que focalizam especialmente as crianças, e são realizadas em diferentes capitais e cidades brasileiras. Entre os seus projetos mais recentes está a ilustração do livro infantil Olhos da Terra, de Ana Maria de Andrade, a ser lançado ainda esse ano, e a participação no projeto Cultura livre, do governo do Estado de São Paulo, através de oficinas a serem ministradas no Parque Vila Lobos, a partir de abril próximo. “As oficinas hoje são o carro chefe do meu trabalho”, afirma Alvarez, “Quando a criança toma contato com revista velha e no final vê que produziu algo bonito, ela se vê criadora de alguma coisa a partir de algo tão improvável que seria descartado, e isso além trabalhar a questão da autoestima, também estimula a compreensão prática, sem grandes explicações, que reaproveitar e reciclar é um grande barato.”
Sérgio Alvarez também é autor da imagem da capa da edição de março da Revista ComCiência.


sexta-feira, 9 de março de 2012

Coca-Cola, Petrobras e Unimed engajam colaborador em sustentabilidade


Empresas enfrentam o desafio de fortalecer o conceito internamente com conteúdo corporativo e até programas de doação financeira. Conheça os cases

Por Fernanda Salem, do Mundo do Marketing | 09/03/2012

fernanda@mundodomarketing.com.br

A responsabilidade social é cada vez mais uma exigência do mercado do que um fator de competição com a concorrência. Para passar a preocupação sustentável da empresa para o exterior, é preciso que a cultura esteja incorporada internamente pelos colaboradores. Marcas como Unimed-Rio, Petrobras e Coca-Cola adotam métodos de incentivo para que os funcionários estejam engajados com o assunto.

Pequenos atos podem ajudar a implementar a ideia. Na Editora Globo, há ações para chamar a atenção dos funcionários para a preocupação ambiental e engajá-los. Foi feita, por exemplo, uma pesquisa para entender a maior dificuldade dos colaboradores em relação à questão ambiental. Foi descoberto que a maioria não sabia o que fazer com a sobra de óleo, como jogar fora da maneira correta.

Como consequência, foram montados latões para a coleta do material dentro da empresa e o valor ainda era revertido para uma instituição beneficente, fazendo os participantes verem a ação dando resultados. “O desafio é de todos. Os colaboradores devem acreditar na ação social e nós vivemos de entusiasmo e inspiração. Por isso, buscamos na empresa gerar valor por meio de ideias aplicadas no âmbito profissional. A transformação se dá de dentro”, diz Cláudia Fernandes, Diretora de Marketing da Editora Globo, em fórum da ABA Rio.

Marco SimõesConteúdo que incentiva
A Coca-Cola Brasil, com seus 60 mil funcionários, tem o desafio de fazer cada um eles realmente comprar a ideia de sustentabilidade, valor fortemente trabalhado pela empresa nos últimos anos. O ambiente de trabalho é um dos sete caminhos pincelados pela companhia para montar uma missão de responsabilidade social, junto com redução do uso de água, o uso de embalagens ecológicas, economia de energia, benefício do produto, incentivo a uma vida saudável e ações sociais em comunidades.

O objetivo com este ponto é que as pessoas que trabalham na Coca-Cola internalizem a questão sustentável e se sintam confortáveis com ela para que mostrem para fora. A meta é ser para depois falar. Para isso, a empresa cria conteúdo interno, como vídeos, para reforçar o princípio. Um deles, sob o slogan Viva Positivamente, argumenta que a responsabilidade de uma empresa com a sociedade deve ser proporcional a seu tamanho e incentiva os funcionários a reciclarem não só produtos, como conceitos, entre eles sorrir mais e praticar esportes.

“É preciso doutrinar o funcionário com um pensamento holístico e empurrá-lo para fora da zona de conforto. A mensagem é que precisamos fazer a diferença e temos que começar dentro de casa. Hoje vemos que o conceito já está sendo levado para outras áreas, outros executivos já estão implementando a sustentabilidade em seus discursos. A expectativa é que possamos parar de falar sobre isso, que a organização incorpore”, diz Marco Simões (foto), Vice-Presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil.

Unimed Receita do BemAjuda financeira                  
Na Unimed Rio, o programa de incentivo com seus cooperados foi mais longe. O Receita do Bem tinha como objetivo primário fazer os médicos estarem engajados e mostrar que eles influenciam no resultado. Mas como captar incentivos financeiros? A iniciativa consiste em mobilizar o associado a doar 6% de seu Imposto de Renda para a Unimed gerir e, com o orçamento total, selecionar e apoiar projetos de saúde, educação e geração de renda. A empresa envia os recibos para que os colaboradores sejam ressarcidos. Outra contrapartida para os doadores é ganhar ingressos para peças e exposições apoiadas pelo programa.

Em 2010, no primeiro ano, a adesão foi de 392 entre os dois mil médicos. O valor arrecadado, de R$ 722 mil, foi o suficiente para apoiar quatro projetos. Em 2011, o total de contribuintes subiu para 436, causando uma alta de 43% nos recursos, que chegaram a R$ 1 milhão. Mais seis programas foram beneficiados, entre eles a Escola de Música e Cidadania da Cidade de Deus, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Com o apoio, as vagas na instituição subiram de 20 em 2010 para 200 atualmente. Para aumentar a participação, a Unimed cria vídeos mostrando os médicos que participaram, chamando todos a se engajarem, e os resultados, com depoimentos de beneficiados.

Em uma empresa do porte da Petrobras, é possível que a preocupação com o comprometimento do staff seja determinado antes da contratação. Para isso, a companhia realiza seleções públicas específicas para cargos de preocupação social e de ambiental. Outra medida é com programas de capacitação da força de trabalho, inclusive de instituições parceiras, com a consultoria RH UP. Para avaliar os resultados, 400 colaboradores são recrutados para levantarem informações de todas as áreas e formarem o Relatório de Sustentabilidade.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Sou Agro > Blog > Vídeo explica o novo Código Florestal
Vídeo explica o novo Código Florestal
Animação traz argumentos técnicos que legitimam a necessidade de mudança da lei
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Para explicar de maneira clara e objetiva a necessidade de mudança do Código Florestal, a RedeAgro produziu um vídeo animado com os principais pontos que envolvem a nova lei. 
O material explica didaticamente os conceitos de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP); as formas de regularização de APP e de RL; a importância do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA).
Prestes a ser votado em segundo turno na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei do novo Código Florestal tem como objetivo definir uma moderna legislação que simultaneamente proteja as florestas do desmatamento ilegal e permita o desenvolvimento responsável da atividade agropecuária.

Escolas Estufas: fortalecendo o elo entre o agro e as cidades


Programa da Secretaria de Participações e Parcerias da Prefeitura de São Paulo capacita moradores da paulicéia interessados em trabalhar com a terra seja em hortas ou em jardins


Lívia Andrade
Uma iniciativa da secretaria de Participações e Parcerias da Prefeitura de São Paulo quer acrescentar mais verde ao cinza da selva de pedras que é a capital paulista. Trata-se do “Escola Estufa”, um programa que capacita os interessados em aprender a trabalhar com a terra.
A inspiração veio do “Mãos à horta”, um programa de Lucy Montoro, esposa de André Franco Montoro, que governou São Paulo de 1983 a 1987. Naquela época, São Paulo chegou a ter 300 hortas comunitárias, uma delas no Palácio dos Bandeirantes.
Em 2008, o resgate do “Mãos à horta” resultou na criação do “Escola Estufa”, que recebeu este nome pelo fato do aprendizado acontecer no espaço físico de uma estufa. O programa consiste em uma capacitação de três meses nos quais o aluno aprende desde a preparação de solo até como plantar hortaliças, plantas medicinais, flores comestíveis e árvores frutíferas.
“O curso promove na pessoa uma nostalgia ao lidar com o solo, com o cheiro da terra. Os alunos percebem que a planta, a terra são indefesos e precisam de cuidados. É preciso parar para cuidar e isso ajuda no senso de convivência em uma cidade que nos pede cada vez mais pressa”, diz Fábio Souto, coordenador geral da Coordenadoria de Convivência, Participação e Empreendedorismo Social (Conpares) da Secretaria de Participações e Parcerias.


Programa já formou 1,1 mil pessoas em oito Escolas Estufas espalhadas pela capital paulista
As aulas são divididas em dois módulos: horticultura e jardinagem. No término do período, os alunos são avaliados e recebem certificação. Até o momento, o programa contemplou 1.100 pessoas em oito Escolas Estufas, mas até o fim do ano deve contemplar as 31 subprefeituras, abrangendo toda a cidade de São Paulo.
Não há limite de idade para cursar o programa, o único requisito é ter consciência. A capacitação é gratuita e está aberta a todos. As escolas municipais, estaduais e particulares podem agendar uma visita com os alunos. “Neste caso, montamos uma aula específica, as crianças ganham uma muda, aprendem a plantar e também a montar uma composteira portátil”, diz Souto.
Desde o lançamento do “Escola Estufa”, muitas empresas e donos de sítios procuraram a prefeitura interessados em contratar os alunos do curso. No entanto, mais que uma capacitação para o mercado de trabalho, o programa é um instrumento de conscientização ambiental e de melhoria da qualidade de vida.
Durante o curso, há workshops de aproveitamento total dos alimentos (vide receita abaixo), diabetes, obesidade, etc. Há, inclusive, o relato de uma pessoa que perdeu 10 quilos só com as dicas das aulas. “Esta é uma das veias do projeto: ajudar os alunos a compreenderem a importância de uma alimentação saudável e isso se dá por meio do plantio, porque a pessoa passa a se relacionar com o alimento de forma diferente”, explica Souto.
José Reinaldo Schmidt foi um dos alunos do programa “Escola Estufa”. Dono de um sítio, ele tinha acabado de comprar uma loja especializada na venda de produtos orgânicos no mercado municipal do Tucuruvi, quando decidiu se inscrever no curso. “Meu objetivo foi aprender mais para plantar na minha propriedade e fornecer para a loja”, diz Schmidt.
Deu certo! Hoje, o solo do sítio de Schmidt está sendo preparado para o plantio e ele contratou um companheiro de turma para ser o caseiro da propriedade e cuidar da horta. “O Francisco é paranaense, já trabalhou anteriormente em várias plantações, mas estava desempregado e morando em um albergue”, conta Schmidt.
Aos interessados em aprender a lidar com a terra, a boa notícia é que, a partir de abril, o “Escola Estufa” retoma as aulas. A data ainda não está fechada, mas para saber mais informações, basta acessar:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/participacao_parceria/coordenadorias/conpares/.
RECEITA
Biscoito de casca de tangerina

Ingredientes:
Cascas de 2 tangerinas (50g)
3 xícaras (chá) de farinha de trigo (390g)
1 xícara (chá) de açúcar (205g)
7 colheres (sopa) de margarina (110g)

Modo de preparo:
Higienize as cascas das tangerinas e corte-as em tirinhas. Ferva as cascas por cerca de meia hora e escorra. Deixe esfriar e pique-as em pedaços pequenos. Em uma tigela, misture a farinha, o açúcar e a margarina e amasse até formar uma massa homogênea. Junte as cascas, misture bem e molde os biscoitinhos em formato arredondado. Leve para assar em forno médio, pré-aquecido, até dourar.

Tempo de preparo: 1h30
Peso da porção: 36g (5 unidades)
Valor calórico da porção: 160 kcal
Rendimento: 20 porções

domingo, 4 de março de 2012

Polícia Ambiental recolheu mais de 4 mil animais silvestres em 2011




meio ambiente  PMESBPMA24021 1024x680 Polícia Ambiental recolheu mais de 4 mil animais silvestres em 2011O Batalhão de Polícia Militar Ambiental recolheu 4.093 animais silvestres em 2011, entre aves, mamíferos e répteis, em vários municípios do Estado. Os dados, divulgados na sexta-feira (24), apresentam um crescimento de 57% em relação ao ano de 2010, quando foram recolhidos 2.605 animais. Em 2009, esse número chegou a 2.133. Somente no mês de janeiro de 2012, o número total de animais recolhidos pelo BPMA foi de 387.
Foram recolhidas 3.505 aves de várias espécies, contra 2.320 em 2010, o equivalente a 51% de aumento. Quanto aos mamíferos, foram recolhidos 296 animais, contra 146 em 2010, representando mais que o dobro do ano anterior.
Os dados também apontam um grande aumento no recolhimento de répteis, principalmente cobras e jacarés, que totalizaram 292 animais, contra 139 em 2010.
Em grande parte dos casos, os animais foram encontrados em cativeiro e sem autorização do órgão competente ou em situação de maus tratos. A maioria dos animais recolhidos pelo Batalhão foi encaminhada aos centros de reintrodução de animais, para exames e providências necessárias ao seu retorno à natureza em áreas de reserva ambiental.
O BPMA recomenda às pessoas que possuem animais silvestres em situação irregular, para que procurem a base da unidade mais próxima para recolhimento do animal, mediante a devolução voluntária. Outra recomendação é que a pessoa não proceda a soltura indiscriminada de animais silvestres provenientes de cativeiro, em decorrência dos sérios riscos de danos à natureza.
Para o comandante do BPMA, tenente coronel Andrey Carlos Rodrigues, os números refletem os resultados do comprometimento dos policiais militares da unidade, aliado às parcerias com os vários órgãos de defesa do meio ambiente, bem como o aumento das denúncias da sociedade capixaba, visando a prevenção e o controle dos crimes ambientais em nosso Estado.
O comandante enfatizou ainda a importância nos investimentos em educação, visando à preservação da vida silvestre no meio ambiente. “É preciso persistência em educar e conscientizar a todos em prol do equilíbrio ambiental e da sustentabilidade”, disse.